Entrego a vocês aqui estes versos tãos inspirados do Affonso de Sant'Anna, uma degustação para que inspirem aos seus dias essa delícia de entrega num singelo cotidiano, presentes esses dos mais caros.
"Que presente te dar?" (trecho)
Tão simples: de manhã acordar displicente e começar a colher flores sob a cama.
Ir tirando buquês de rosas, margaridas, vasos de íris, orquídeas
que estão desabrochando e, uma a uma, de flores ir te cumulando.
E amanhecendo dirás:
o amado hoje está doce, seu amor aflorou e está me perfumando.
Escrever bilhetes pela casa inteira, metê-los entre as roupas, armários, prateleiras,
pra que na minha ausência comeces a desdobrar recados daquele que nunca
se ausentou, embora esse ar de quem vive partindo, mas, se alguma vez partiu
partido foi para reunido regressar.
Te dar um gesto simples. Passar a mão de repente sobre tua mão,
como se apalpa a vida ou fruto que pede para ser colhido.
Te dar um olhar, não aquele olhar distraído, alienado de quem está
nas coisas prosaícas perdido, mas um olhar de quem chegou inteiro
e que se entrega enternecido e desamparado dizendo:
olha, sou teu, agora veja lá o que vai fazer comigo!
Espero que também tenham sido tocados!
Oi, Raiana!
ResponderExcluirMesmo quando não é você quem escreve, o que é publicado aqui sempre é especial. E "me toca", sim, porque são versos inspiradíssimos do prof. (também) Affonso Romano.
Os gestos simples em tempos de consumismo e de megalomanias (sempre com o dinheiro envolvido - e quanto maior o valor, maior também a "prova de amor" segundo tentam vender) fazem a diferença. É o que as pessoas não podem perder: essa essência do olhar, do toque, do cheiro, do cuidar. ( o cuidar não é controlar, atenção, pessoas! )
Um beijo!
PS: Além de escolher bem o texto, as palavras, escolheu bem a foto. Bastante emblemática. Sagitarianos tem excelente gosto estético mesmo! rs ;)
Lindooo *-*
ResponderExcluirSaudades!!
Beijos